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Agricultura é a arte de cultivar os campos, que representa o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objetivo de obter alimentos, bebidas, energia, matéria-prima, medicamentos, ferramentas, ou apenas para a estética, e nada disso seria possível sem a água das chuvas.

 

A agricultura no Brasil é umas das principais bases da economia do país, sustentada principalmente pela produção de cana-de-açúcar e grãos. É também uma atividade que faz parte do setor primário, em que a terra é cultivada para subsistência, exportação ou comércio.

O Brasil é um dos maiores países exportadores agrícolas do mundo. É um dos líderes mundiais na produção e exportação, além de ser o primeiro a produzir e exportar de café, açúcar e etanol.

 

Entretanto, a falta de chuva que aconteceu nos últimos meses afetou a produção, já que o sucesso de plantio depende da ocorrência de chuva no período correto, e tanto sua falta como seu excesso prejudicam a safra. As mudanças climáticas que vêm acontecendo no planeta afetam a vida de todos, e o estado crítico que se encontra a falta de chuva intervém não somente agora, mas no futuro do mundo.

 

A agricultora Magda Reinheimer explica que a influência das chuvas na plantação é enorme, já que todo o plantio depende que as precipitações aconteçam no momento certo. 

Magda disse que o processo de irrigação nem sempre é viável, já que para utilizá-lo é necessário ter um terreno plano, além de proximidade com um rio. Outro problema encontrado nessa opção é o custo, já que implantar esse tipo de sistema demanda alto investimento financeiro.

 

Mesmo assim, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), “aproximadamente 70% de toda a água disponível [para consumo] no mundo - que já não é muita - é utilizada para irrigação. No Brasil, esse índice chega a 72%”. Dados da Organização dizem também que o uso da água cresceu duas vezes mais que o crescimento da população no último século: “A tendência é que o gasto seja elevado em até 50% até 2025 nos países em desenvolvimento; e em 18% nos países desenvolvidos”.

 

Segundo o site da Agência Nacional de Águas (ANA), uma pesquisa feita pela Embrapa mostra que quatro estados concentram aproximadamente 80% da área ocupada por pivôs de irrigação no País: Minas Gerais (31%), Goiás (18%), Bahia (16%) e São Paulo (14%). Os estados usam as bacias dos rios São Francisco, Paranaíba, Grande e Paranapanema, e como essas regiões ficam em áreas altamente povoadas e com grande industrialização, o consumo de água é ainda maior.

 

Dessa forma, os agricultores que não usam a irrigação, por consciência ou por falta de meios financeiros, ficam totalmente dependentes da chuva. Magda relata que “quando o agricultor não consegue produzir, ele precisa arcar com o prejuízo, e esperar que a próxima safra pague os custos”.

Os dados da Agência Nacional de Águas (ANA), em relatório de 2012, dizem que a vazão consumida no Brasil é de 1.212m³ e, que desse valor, 72% corresponde ao ramo de irrigação da agricultura.

Magda Reinheimer sobre irrigação -
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Gráfico: Isabela Guevara

Sem chuva

A falta de chuva entre o fim de 2014 e o início de 2015 deixou vários agricultores preocupados com as suas plantações. A falta de água no campo causou inúmeros problemas para os produtores, assim como para todos, uma vez que sua influência na economia é enorme.

 

Como o Brasil é maior produtor e exportador de grãos como café, soja e milho, além de cana de açúcar, a falta de chuva causa uma enorme quebra na economia do país, pois a plantação fica toda comprometida.  

 

Entretanto, a partir de fevereiro de 2015, as precipitações aumentaram, e muitos produtores sentiram alívio, já que consideravam o plantio como perdido. “A chuva apareceu no momento exato”, diz a agricultora Magda Reinheimer, “se demorasse mais uma semana para chover, a maior parte da produção seria perdida, e o prejuízo seria enorme”. Magda disse também que devido a ocorrência de precipitações na época exata, a colheita ocorrida em março foi a melhor em muito tempo, o que ajudou a cobrir os prejuízos das colheitas anteriores.

 

Magda ainda explica que a vida do agricultor é uma eterna dependência com os ciclos de chuva, e as etapas de quando precisa ou não chover para que todos os processos sejam exatos e a colheita seja próspera e lucrativa.

Colheita da plantação de Magda Reinheimer após a chuva salvá-la a tempo e não causar prejuizos a agricultora. 

Outro problema, que já aconteceu em anos anteriores, como 2009, foi o excesso de chuvas. Quando isso ocorre, a produção fica igualmente prejudicada, já que atrapalha a germinação do grão na época do plantio, e não possibilita que ele seque na colheita, o que interfere na qualidade do produto. 

 

José Ramos Vieira, produtor de milho, relata que o período de chuvas de 2015 foi pequeno comparado aos últimos anos, e foi o suficiente apenas para não perder a plantação: “A chuva que caiu em março deu apenas para salvar o mínimo do plantio e não dar ainda mais prejuízos que a safra passada”. Vieira diz acreditar que a próxima colheita será favorável, e poderá recuperar os prejuízos desse ano.

 

Apesar do relato do agricultor, dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informam que no ano de 2015, o mês de março teve o maior índice de chuva dos últimos anos, ultrapassando a média histórica em vários dias do mês. Mas, mesmo com esses dados, agricultores como José e Magda passaram por situações de preocupantes, quando a chuva só apareceu no último momento.

Magda Reinheimer sobre dependência da chuva -
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Foto: Amanda Wendland

Com chuva

Capítulo 1: Agricultura

Textos: Amanda Wendland e Isabela Guevara

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