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Tema que afeta a vida de milhões de brasileiros, as secas dos rios e reservatórios tem chamado a atenção da população com maior intensidade no último ano. Os reservatórios do Sistema Cantareira e o Rio Piracicaba presenciaram, em 2014, uma seca jamais vista.

 

O Sistema Cantareira é formado por seis represas, Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva de Castro e Águas Claras, e tem capacidade total de 1,165 trilhões de litros, soma de seu volume regular e volume morto. Seu complexo de abastecimento fornece água para aproximadamente 9,8 milhões de pessoas e atende 13 cidades, e é considerado um dos maiores do mundo.

 

Dados divulgados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) mostram que, em outubro de 2014, o Sistema Cantareira estava operando com apenas 4% do seu volume, já na segunda cota de volume morto, o índice mais baixo já visto. Nos meses seguintes, a situação variou, aumentando para 9% da capacidade em novembro, e novamente caindo para 7,4% em dezembro, mas mesmo assim a situação continuava crítica. As poucas chuvas no último mês do ano pouco ajudaram o Sistema, que conseguiu recuperar apenas a segunda cota do volume morto. Foi só a partir de março de 2015 que as condições melhoraram, ainda que pouco, quando o índice subiu para 14,6%. O Cantareira terminou 2014 sem recuperar os 492 bilhões de litros utilizados durante o ano.

Outra fonte de água, o Rio Piracicaba, que é o maior afluente do rio Tietê, também sofreu as consequências da falta de chuva. Turistas e moradores puderam presenciar sua escassez de água, e as mudanças que ocorreram em seu cenário. Nos meses de novembro e dezembro de 2014, o nível da água do rio era de 70 cm. Em janeiro de 2015, suas pedras e bancos de areia se tornaram visíveis, e sua média de cheias foi considerada abaixo da esperada, com seu nível abaixo de 34%. Essas condições possibilitaram até que alguns moradores caminhassem dentro do rio sobre as pedras, o que surpreendeu vários moradores da região, acostumados à forte correnteza.

 

A bacia do Piracicaba, que ganha esse nome entre Americana e a represa de Barra Bonita, passa pelas cidades Bragança Paulista, Campinas, Limeira, Americana, Atibaia, Rio Claro, Santa Bárbara d’Oeste e Piracicaba, e é responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Campinas e parte da Grande São Paulo.

Infográfico: Isabela Guevara

Sem chuva

O mês de março, que fecha o verão, trouxe alívio para dois grandes nomes do nosso Estado: Cantareira e Piracicaba. As chuvas ocorridas no mês afetaram tanto o Rio Piracicaba como o Sistema Cantareira, que tiveram aumento em seus níveis de água. 

O Piracicaba, localizado no interior de São Paulo, teve um aumento considerável no terceiro mês do ano, já que em apenas um dia, choveu mais que a média para o mês todo, com vazão de 267,04 mil litros de água por segundo, de acordo como DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Esse aumento de vazão é 25% superior à média para o mês, e a altura do rio chegou a 3,11 metros, quando sua média para março é de 2,39 metros de profundidade.

 

O Sistema Cantareira também sofreu mudanças no mês de março, já que seu volume de água armazenada atingiu 18,9% da capacidade. O mês foi o mais chuvoso desde 2008, e recebeu 206,5mm, de acordo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O número supera a média histórica, assim como aconteceu com o Rio Piracicaba. Entretanto, no caso dos reservatórios do Cantareira, a chuva só recuperou a segunda cota do volume morto, e a situação ainda é complicada.

 

A quantidade de água fornecida pelos reservatórios também presenciou mudanças, já que, em 2014, o volume oferecido era de 31,77 mil litros por segundo, enquanto em 2015, a capacidade caiu para 14,03 mil litros por segundo. O Sistema abastecia 8,8 milhões de pessoas, e atualmente abastece apenas 5,6 milhões. Segundo o site do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o Cantareira vai depender do volume morto até outubro, mesmo com as chuvas acima da média.

Infográfico: Isabela Guevara

Com chuva

Capítulo 3: Sistema Cantareira e Rio Piracicaba

Linhas do tempo comparando os diferentes  níveis do Sistema Cantareira dos últimos 6 anos com os últimos 6 meses.

Fotos: Luis Moura; Marcos Pretti; Bruno Gueiros; Luis Moura; Pamela Luiz; Maria Célia Gomes

Fotos: Cláudia Mayara; Grupo Arautos no Cantareira; Daniel Mello; Rosane Garcia; Rodrigo Burgarelli; Andressa Lelli.

Textos: Amanda Wendland e Isabela Guevara

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