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Que a população mundial deve economizar água, é um dos assuntos que mais se falam hoje em dia, porém, colocar isso em prática é outra história.

 

Desde o segundo semestre do ano passado, vem se falando a respeito das chuvas, a falta delas e as consequências que isso causaria em nossas vidas. Com a virada do ano, a expectativa de que chovesse era ainda maior, entretanto, a região Sudeste não foi tão próspera nesse quesito. O fenômeno “El Niño”, que ocorre em dezembro, altera as temperaturas do Oceano Pacífico e as distribui em vento. Em 2014, o fenômeno foi tão forte que alterou todo o plano de chuvas para o primeiro semestre de 2015.

 

Na cidade de Araras, interior de São Paulo, por exemplo, o Saema (Sistema de Água e Esgoto e Meio Ambiente), órgão responsável pela distribuição de água, decretou racionamento em 16 de outubro de 2014, quando o nível do Rio Mogi Guaçu, uma das fontes de água da cidade, estava em 25% de seu total. A partir daí, eram 12 horas com água e 12 horas sem.

 

A medida é justificada, pela escassez de chuvas de intensidade suficiente para repor os estoques de água bruta das represas do município: a Antonio Meneghetti (Tambury), a João Ometto Sobrinho (Água Boa) e a Hermínio Ometto.

 

Em 12 de dezembro de 2014, o sistema de racionamento 12hx36h em rodízio, dividiu a cidade em dois setores: regiões sul e oeste e regiões norte e leste, distribuindo água por 12 horas e parando as próximas 36.

 

Com as chuvas de fevereiro e março, o Saema flexibilizou o sistema de corte de água da cidade para 24 horas com água e 24 horas sem água ao longo da semana e, de sexta-feira a domingo, sem cortes.

 

Em entrevista, o presidente do Saema Felipe D. Beloto, 35 anos de idade, afirmou que ele e sua equipe tinham que se preparar para o pior cenário, continuar sem chuvas e ainda acrescentou: “Felizmente o pior não aconteceu. E não só pela chuva que veio em boa quantidade, mas também devido a um amplo conjunto de medidas que anunciamos e fomos cumprindo a grande maioria daquelas que eram emergenciais”.

 

O presidente da autarquia ainda explicou, em conferência de imprensa, que a principal ação no combate à crise hídrica foi a ampliação da captação do rio Mogi Guaçu, de 200 litros por segundo, para 340 litros, uma obra considerada complexa e arriscada. “Esse era o cerne do nosso ‘Plano de Metas’. Era complicado, era algo que se pensava em fazer há tempos, mas se tinha receio, e com razão. Não sabíamos como aquele sistema antigo de bombas iria se comportar, e isso nos deu uma condição muito melhor para deixarmos nossas represas se recuperarem”.

 

O sistema antigo de bombas do Mogi Guaçu tem exatos 33 anos e boa parte dele foi substituído por peças novas que retirassem maior quantidade de água do local, sem prejudicar a natureza.

Estação de Tratamento de Água do Rio Mogi Guaçu, em Araras, onde partes da tubulação antiga foi substituída.

Em um ato cívico, o prefeito Nelsom Brambilla fez questão de parabenizar Beloto e sua equipe pelo conjunto de metas traçadas e executadas/ou em andamento. “Quero agradecer ao Felipe e os funcionários do Saema, pois, em pouco tempo, nós saímos daquela situação complicada para um patamar muito diferente. Saímos mais fortes de tudo isso e vamos continuar economizando, agora com um olhar muito mais apurado sobre essa questão”, comentou.

Foto: Isabela Guevara

Sem chuva

Com as chuvas do primeiro trimestre do ano, a população do interior do estado de São Paulo se moveu para economizar água e reaproveitar tudo o que fosse possível.

 

Em Araras, o Saema (Sistema de Água e Esgoto e Meio Ambiente) junto com a Prefeitura Municipal, deu início a campanha “Água: Use, não Abuse”, tendo como meta a utilização de 25 milhões de litros de água tratada por dia.

 

Para que essa meta fosse atingida, as pessoas teriam que se adaptar ao racionamento e terem consciência de toda a água que usam. Alguns reutilizam a água que sai da máquina de lavar roupas para lavarem quintais, outros coletam água das chuvas e armazenam para lavar carro, louça e partes da casa, por exemplo.

 

É o caso da moradora Sônia Alves, que aproveita o sistema de calhas de seu telhado para transpor a água da chuva em dois tambores de 250 litros. Ela também coloca medidas de cloro na água, para prevenir contra a proliferação do mosquito da dengue. Quando os tambores estão cheios, ela os tampa e reserva para utilização de limpeza da casa.

Atitudes como esta mostram que é possível economizar água mesmo quando não há a necessidade urgente.

 

No dia 22 de março, dia Mundial da Água, foi ativado na praça Barão de Araras o painel “Economizômetro”, com o objetivo de incentivar a população a utilizar a água de forma consciente e mostrar a economia diária da cidade.

Painel "Economizômetro" instalado na Praça Barão, na cidade de Araras, para mostrar o gasto diário de água da população.

Na forma de placar digital, emoldurado pela logomarca e mensagem da campanha “Água: Use, não Abuse”, o “Economizômetro” mostra todos os dias o volume de água tratada pelo Saema para abastecer a cidade, a economia ou o déficit em relação à meta estabelecida. “Agora, quem sabe com os números no placar do Economizômetro, a população se conscientize que não se deve utilizar água de forma incorreta”, disse o mecânico Rodrigo Nascimento a respeito da medida tomada pela cidade. 

 

Confira abaixo dicas simples de economia de água:

Vídeo: Isabela Guevara

Foto: Isabela Guevara

Com chuva

Capítulo 2: Tratamento de Água e Esgoto

Foto informativo: Isabela Guevara

Textos: Amanda Wendland e Isabela Guevara

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